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Imagem vista aqui mas é daqui. |
Há pouco tempo falei sobre os equívocos ou mitos mais frequentes sobre a profissão de Consultora de Imagem numa entrevista que dei. E ontem tive a oportunidade de comprovar a minha tese de que muita gente (ainda) considera esta área algo de acessório e fútil.
Num espetáculo de teatro de improviso a que assisti, um dos jogos consistiu nos atores pedirem ao público cartões de visita e, a partir dos nomes e profissões das pessoas, construiriam uma pequena peça, improvisada. Eu, para variar, não tinha nenhum comigo mas como já os tinha espalhado pelos amigos, felizmente um deles tinha um de que imediatamente sacou da carteira para entregar ao ator. Eu nestas situações fico sempre naquele misto de vergonha, terror e adrenalina, mas decidi esquecer os dois primeiros, porque o ponto positivo é que havia ali bastante gente que iria ouvir o meu nome, o nome da LOOK A DAY e saber o que faço. Hoje em dia divulgação é tudo, seja de que maneira for! 🙂
E não é que o meu cartão foi o escolhido pelo público para se transformar numa história ali e no momento? E pronto, a Ana Teresa que trabalha em image consulting & coaching virou uma senhora de bem (com sotaque de cascais e tudo), a viver numa bela casa com um filho e uma empregada (pelo menos fiquei feliz por dar a ideia de que trabalhando nesta área sou imensamente rica). Pronto, em teatro de improviso facilmente a história descamba para a parvoeira e non sonse ao ponto de acabar como uma vilã que renega o filho (com problemas de cariz fisiológico) e é ostracizada por um marido abusador e ex-frankenstein que ela entretanto tinha transformado num príncipe através do ‘consulting’. 🙂 O princípe volta a transformar-se em sapo com o mote de que os feios também têm direito à vida. Moral da história na minha perspetiva: a consultoria de imagem é uma atividade fútil e maléfica que tenta transformar as pessoas em coisas diferentes do que são. No hard feelings, adorei ser representada, mesmo que em versão vilã queque e fartei-me de rir! 🙂
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Esta situação trouxe-me de volta à minha tese de que a consultoria de imagem é muito mal percebida e valorizada cá pelo burgo. Como dizia na entrevista, a consultoria de imagem ainda é uma profissão muito recente disponível ao grande público. Antes era apenas destinada a celebridades, pessoas vinculadas à política, em suma, aqueles que vivem da imagem. No entanto, a imagem é importante a toda a gente, seja por razões profissionais, para simplesmente aumentar as hipóteses de subir de cargo e para estar de acordo com o papel que queremos ocupar, assim como a nível pessoal, para nos sentirmos melhor ou até ajudar a atrair as pessoas certas e até encontrar o amor, quem sabe. 🙂
Trabalhar a imagem pessoal tem inúmeras vantagens para cada um de nós, nem que seja apenas por valorização pessoal. Como expliquei aqui também, uma consulta de imagem não é uma mera mudança de visual. É um processo de auto-conhecimento e de comunicação daquilo que somos. As pessoas, muitas vezes, não fazem ideia do que comunicam com a sua imagem aos outros e consideram que isso não tem importância nenhuma porque o conteúdo fala por si. Esquecem-se é de que, para conseguirem mostrar o conteúdo, as pessoas têm que se aproximar e ter interesse em nos conhecer. Mas, por vezes, a nossa imagem pode funcionar como barreira e afastar as pessoas, sem percebermos. Isso limita-nos e pode excluir algumas oportunidades.
O outro equívoco é o facto de algumas pessoas acharem que esta é uma área fútil. Segundo o dicionário – insignificante, vã, frívola. Imagem, roupa, beleza e a preocupação com essas coisas é para muitas pessoas apenas vaidade e significa somente futilidade. Mas a imagem está ligada àquilo que pensamos de nós, à nossa autoestima e autoconfiança – essenciais para sermos bem sucedidos em tudo! Amor-próprio é fútil? Não me parece. 😉
E vocês, o que acham sobre esta questão? Consideram a profissão de consultoria de imagem e todas as áreas ligadas à imagem importantes e relevantes ou apenas fúteis?

Eu acho ótimo ter um texto como este, bem escrito e realista, para esclarecer as pessoas.
Classificar esse tipo de serviço como "fútil" não é ter uma opinião, é não ter opinião alguma. Quando nos propomos a refletir minimamento sobre alguns temas — isto inclui leitura, reflexão e busca por informações –, deixamos a preguiça de pensar de lado e aí sim, formamos opinião.
Parabéns e sucesso, querida Ana Silvestre.
Michelle
É mesmo, quando classificamos algo de forma negativa porque não conhecemos, acaba por não ser uma opinião, mas sim um clássico caso de 'achismo' e preconceito. Mas acredito que com esclarecimento e com o tempo estes mitos vão mudando! Já mudaram! 😉 Obrigada Michelle!! ***