![]() |
instagram.com/anita_lookaday |
Por aqui, a vida anda caótica e atribulada. Uma silly season com muito trabalho – nada contra, não me estou a queixar. A vida de empreendedora ou trabalhadora por conta própria é mesmo assim, as ondas de trabalho não se compadecem com altas temperaturas e as outras ondas, as do mar, que é onde apetece estar, sempre. Mas como diz o grande Tony Carreira, foi a vida que eu escolhi! 🙂
Quem também sofre é aqui o blog, que anda ao abandono. Mas ele não faleceu, não se preocupem. Está precisamente a ser reanimado. Com um tema que explica esta inconstância de publicações. Sobre esta vida de empreendedora ou de trabalhadora por conta própria, que tem muito que se lhe diga.
São muitos os casos que trabalho, em Coaching, de pessoas que querem mudar de carreira. Basicamente, já não podem com o que fazem, com o chefe, com os colegas, com a vida das 9 das 6. Ao longo dos anos vamos sempre mudando – de facto, é a única constante da vida, a mudança – por isso, é normal que as nossas escolhas profissionais mudem também. É normal, sem stress. Mudar de Vida é sempre bom de se fazer.
Muitas são as pessoas que gostariam de construir o seu projeto e ter a liberdade de fazer o que gostam, como gostam. Daí, motivada por esta cola zero que partilhei com a melhor chefe do mundo, a minha (eheh), venho deixar-vos verdadeiras pérolas de conhecimento fruto da minha experiência! 🙂
Ora, então, as vantagens de se ser a própria chefe. Para mim são muitas, daí ter escolhido este modo de vida:
- A Liberdade de horários, movimentos, escolhas, decisões, de tudo! Liberdade é mesmo, para mim, o meu valor fundamental! Não ter hora de entrada, decidir a que horas trabalhar, poder ir à praia durante a semana, por exemplo, e evitar enchentes de fim-de-semana, não receber ordens de chefes chatos (também há chefes fofinhos, eu sei que sim), decidir sem restrições o que fazer, como e com quem, é, sem dúvida, um luxo. E foi para ter este tipo de luxo que trabalhei – dispenso os grandes carros, as roupas caras e as férias na Riviera francesa. Mas não digo que não à última! 😉
- Segurança pessoal e financeira. Já vão ver à frente que também é uma desvantagem, mas para mim é mais seguro depender das minhas capacidades e esforço pessoal que ter alguém a pagar-me um ordenado e estar dependente de algo ou alguém que não posso controlar. Yap, i’m a control freak. 🙂
- Desenvolvimento pessoal. Sem dúvida de que já desenvolvi imensas capacidades desde que comecei esta aventura. Sair fora da zona de conforto é uma constante e as respostas a ter que dar aos imprevistos deixa-nos perto do estado de super-heróis. Confiram! 😉
- Realização pessoal. A sensação de se fazer o que se gosta e de que cumprimos a nossa missão, que fazemos aquilo em somos realmente bons, que podemos tocar a vida de outra pessoa e ajudar, não tem mesmo preço. O trabalho é uma das partes mais importantes da vida e estarmos felizes com esta secção, já é meio caminho andado para a felicidade total!
- Criatividade ao rubro. Ser ‘idiota’ é condição obrigatória nesta vida do empreendedorismo – inovar, resolver problemas e ter ideias que nascem a partir de qualquer estímulo é o prato do dia.
- Insegurança pessoal e financeira. Pois, depender de mim apenas dá-me mais segurança, mas o rendimento não cai certinho todos os meses na conta. A imprevisibilidade e o risco são a única certeza que se tem. Hoje em dia, nos empregos normais também, por isso, é desvantagem geral.
- Andar ao contrário do mundo. Trabalha-se aos fins-de-semana quando toda a gente está em descanso ou passeio. No meu caso, que sou mais noturna, trabalha-se muitas vezes à noite quando tudo dorme. E quando as pessoas sabem deste estilo de vida, às vezes, olham-nos como se fossemos aliens. Mas a praia durante a semana é muito mais espaçosa e menos barulhenta. E as salas de cinema. E as esplanadas. 🙂
- Pouca separação entre vida profissional e vida pessoal. Sair do escritório às 18h e desligar literalmente do trabalho é coisa que não acontece quando somos a nossa própria chefe. Nem estar de papo para o ar durante 15 dias sem pensar em nada numa praia paradisíaca. É inevitável estar sempre ligada, responder a emails a altas horas, ter ideias enquanto se fala com amigos, etc. A linha entre trabalho e vida pessoal é muito ténue mesmo e é mesmo muito fácil as duas áreas misturarem-se.
- Trabalha-se mais. A tendência para se ser workhaolic é muito forte e a verdade é que, correndo tudo bem felizmente, a probabilidade é haver muito trabalho, longas horas, fins-de-semana, etc, etc.
- Desorganização pessoal – dificuldades na auto-motivação e liderança. Digo sempre que as maiores e principais dificuldades que podemos ter quando somos as nossas próprias chefes somos nós mesmas. A falta de foco, a dificuldade em tomar decisões, a tendência para a procrastinação, em gerir equipas caso precisemos de as ter, a falta de confiança nas nossas capacidades e ideias, a impaciência por resultados, principalmente no início, são as maiores barreiras ao nosso sucesso como empreendedoras. Mas ter consciência das nossas limitações e maus hábitos já é um bom primeiro passo para conseguirmos melhorar, mudar e ser bem-sucedidas! 😉
Não sei se repararam, mas sou fã de ser a minha própria chefe. 🙂 E vocês? Estão insatisfeitas com a vossa vida profissional? Motivadas pelas vantagens de se ser empreendedora? Sim? Então, força! 😉

Lendo assim de fresquinha e num ápice fico com medo e penso se era risco que aceitaria para mim. De momento estou focada em mudar o que faço por aquilo que gosto realmente, e é incrível a enorme capacidade que temos em nos auto-sabotar!!! já arranjei mil e uma desculpas para não seguir em frente: falta de dinheiro (principalmente mas vá), de apoio, de confiança então nem se fala, de força nas canetas, enfim…. Só às vezes, já lá no fundo do poço, é que me ocorre "ah então mas afinal se é isto que eu gosto de fazer, tou praqui armada em ursa pra quê????". Acho que, aceitar que queremos mesmo ser "a nossa própria chefe", é o pior e aterrador momento, o resto, como tu mesma descreveste, são amendoins (cof cof).
Força Anita
Obrigada! 🙂 No meu caso, foi mesmo a única alternativa viável para mim – eu e chefes não ligamos lol – mas também me ajudou pensar que não queria nem quero chegar aos 40 ou 50 anose mais, olhar para trás e ver que não fiz o que queria nem vivi a vida queria, como queria. Porque acredito que é possível. E a auto-sabotagem e o medo são mesmo os piores inimigos, mas se tiveres uma visão da vida que queres, um foco em mente, a coisa torna-se mais fácil! São mesmo 'peaners'! eheh 😉
Força também! ***
Estou completamente desmotivada e já estou quase no meu limite. Sou das que ganha menos e que faz mais, acho muito injusto.
Então o que pode fazer para mudar essa situação? 🙂 Se precisar de ajuda mais particular, é só dizer! 😉 ***
Primeiro, quero só dizer que é refrescante ler em português este tipo de perspectiva e de “tom” transparente sobre os ups and downs e os bastidores da vida por conta própria. Obrigada pela partilha (e agradeço também à Tribe Land ter colocado este post no meu caminho 🙂 )
Quanto a mim, estou (ainda) no limbo, mas a esforçar-me diariamente para fazer a transição da vida das 9 às 6 (mais ou menos) para uma vida com horários feitos sobretudo por mim, mesmo que mais longos, mas pelos quais anseio. Não tem sido fácil, até porque construir alguma coisa minha quando sempre trabalhei por conta de outrem, e isto do empreendedorismo nunca ter feito parte da minha vida até recentemente, cria alguns constrangimentos (entre outras “questiúnculas” que não ajudam propriamente). Mas não vejo isto como um problema, muito menos como desculpa, mas tão-só como um desafio gigante que quero abraçar e que faz todo o sentido para mim e para a vida que quero construir. Depois de alguns avanços e recuos, passos em falso e muita procrastinação e hesitações e inseguranças e aprendizagens, estou em processo de reformular tudo e ir por passos. O “desespero” é tanto (e a vontade também) que decidi criar um blog só para partilhar este processo. Uma espécie de diário de bordo público, como forma de me manter em cheque. O termo em inglês é bastante adequado e ainda não encontrei tradução que lhe faça justiça: “accountability”.
Caso queiram rir-se com a desgraça alheia e contribuir para a festa, podem encontrar os meus divaganços aqui. Toda a ajuda, puxão de orelhas e ombro amigo são bem-vindos! 😀
https://cenascoisasblog.wordpress.com/
https://www.facebook.com/cenasecoisasaosmagotes/
Olá Ana! 🙂 Obrigada eu também por teres cá chegado e gostado! Boa ideia de criares um blog para documentares o processo e acaba por ser aquele empurrãozinho que pode faltar… por experiência própria e de lidar com clientes com essa vontade também de mudar de vida, e simplificando muito a coisa, há que ter mais vontade das dores de mudar do que das dores de ficar, ou seja, qualquer opção tem o seu lado mau, como falei no post, mas quando as desvantagens de criar o próprio projeto e de viver uma vida por conta própria – todo o risco e caos associado, mesmo assim, são mais suportáveis que as desvantagens de um trabalho por conta de outrém, então força nisso! 🙂 Toda a felicidade nesse processo! *** Anita
Oh… Muito obrigada, Anita. É isso mesmo. Às tantas custa mais ficar no mesmo sítio do que arriscar a mudança. Não quero ficar a pensar “e se?” 🙂 Muito muito obrigada pelas palavras e tudo de bom! <3
Pois, o possível arrependimento futuro de nunca ter tentado foi um dos meus grandes ‘pontapés no rabo’ porque, para mim, é mais difícil viver com esses ‘e ses’ do que com hipotéticos e/ou reais falhanços. Se também te sentires assim, go for it, vale sempre a pena, de que maneira for, pela aprendizagem toda e desenvolvimento pessol que um projeto por conta própria proporciona! De nada e igualmente! <3 beijinho
A começar um projeto novo com um amiga e a sair da nossa zona de conforto, agradecemos toda a inspiração que nos vai chegando. O que nos move é também a liberdade de gerirmos o nosso tempo, no nosso caso para estarmos mais presentes para a família. A dificuldade em manter o foco tem sido um dos nossos maiores desafios.
Obrigada pela partilha e, sim, o foco é realmente das maiores dificuldades a enfrentar neste tipo de vida, mas também é questão de nos irmos conhecendo e sabermos como funcionamos – os nossos níveis de criatividade, energia, produtividade, e os medos que temos porque a dificuldade de foco pode muito bem ser isso, e havendo vontade e um objetivo claro por detrás, tudo se consegue! 🙂 Toda a sorte do mundo para o novo projeto! *** Anita