A edição deste mês de Maio da ELLE Brasil foi diferente e revolucionária. A edição especial de aniversário teve como protagonista na capa a modelo plus size Ju Romano, sem photoshop para esconder qualquer gordurinha ou celulite. Uma das revistas de Moda mais importantes do mundo centrou esta edição na diversidade de beleza e no trabalho de auto-estima. Não podia ficar mais contente com isto! 🙂 Acredito que todos os tipos de corpo podem ser belos e ver os meios, que tanto influenciam a nossa opinião e o modo como nos sentimos, contribuir para espalhar uma ideia mais ampla e diversa de beleza, é muito bom! Cada mulher tem o direito de assumir o seu corpo sem vergonha e sentir-se bem consigo, independentemente do seu tamanho. Cada uma de nós pode ser bonita com as suas imperfeições porque o ideal de beleza que tem sido veiculado é demasiado irreal e contribui para conceitos de auto-imagem bem distorcidos com todas as más consequências óbvias na auto-estima. Todas somos lindas assim mesmo e a melhorar que o seja apenas por nós e por amor a nós próprias, não por qualquer imposição social ou pelo peso da comparação que tanto colocamos sobre nós.
Esta edição tem ainda mais uma novidade que vai ao encontro da ideia de diversidade da beleza – para além desta capa com a modelo plus size, a edição apresenta capas espelhadas onde todas as leitoras se podem ver refletidas nela. À volta do tema #VocêNaCapa, toda a mulher é incentivada a tirar a sua foto como protagonista da Elle e a divulgar nas redes sociais. “Mais do que um case, trata-se de uma causa que estamos defendendo de que toda mulher tem sua beleza e que, portanto, merece estar na capa”, explica Susana Barbosa, diretora de redação de ELLE. E estratégias de marketing inovadoras à parte, o que se retira desta ação é isso mesmo – uma chamada de atenção poderosa para que todas as mulheres se assumam como são, se amem assim mesmo. Mais amor-próprio e menos fome de seguir tendências e da dieta da moda para obter um corpo e imagem que achamos que é o perfeito. O nosso corpo e visual já é o mais perfeito que pode ser – orgulhem-se dele! 🙂

Eu acho que cada corpo é um corpo, sim, e temos de o aceitar mas também acho que há certos limites que temos de impor a nós mesmas no que diz respeito à nossa saúde. Não estou a falar de uns quilinhos a mais ou de uma celulite chata. Estou a falar de excesso de peso que não é saudável, assim como a anorexia não é saudável. Na minha opinião, não se deve incentivar as pessoas a não se esforçarem para não serem uma melhor versão delas próprias.
Amigas do Closet
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E como é a melhor versão de nós próprias? Quem define esses parâmetros? Sendo essa melhor versão ser saudável, física e psicologicamente também, nisso estou plenamente de acordo. Mas assim como ser magra não significa ser saudável, daí existirem os falsos magros, também ser gordinha não é sinónimo de falta de saúde. E se as pessoas encararem a inclusão de outros tipos de corpo 'reais' em meios de comunicação como um sinal verde para comerem de forma completamente desregrada e não cuidarem de si (não penso que seja esse o obejtivo, de todo) será tão mau como encararem-se os corpos 'perfeitos' a que as revistas nos habituaram como um sinal de que temos algo de errado e de que nos devemos esforçar muito, demasiado, para nos sentirmos aceites e dentro da norma. O que é importante é a mensagem de que não há norma, não existe perfeição nem o dever de ter um corpo X ou Y. O nosso está bom assim como está, saudável seja de que tamanho, e se nos sentirmos realmente bem nele.