Toda a gente tem aqueles maus hábitos que gostaria de se ver livre, certo? Desde comer demasiados doces, a procrastinar, a fumar, à preguiça para fazer exercício, à tendência para acumular roupa e toda a quantidade de objetos em casa, etc, etc. E aquelas pessoas que conseguem mudar de hábitos com sucesso são sempre super heróis porque, admitam, mudar um mau hábito (e por hábito está implícito um ato rotineiro profundamente entranhado) é muito difícil e já quase todos tentámos e falhámos redondamente. E falhamos pela falta de método, de ambiente favorável, por falta de confiança ou até por excesso de confiança.
Como hábitos são comportamentos de rotina, há que perceber que para construirmos novos e melhores hábitos para a nossa vida, temos que os encarar como uma série de padrões que precisamos de repetir até se tornatem automáticos. Logo, se temos pressa, já estamos a candidatarmo-nos ao falhanço. E se não confiamos em nós e no processo, o mesmo resultado é o que podem esperar. Assim como não preparar convenientemente o ambiente mais favorável para que a instalação de novos hábitos seja mais bem sucedida. É muito provável que continuem a não conseguir deixar de fumar ou de resistir à caixa de bombons, porque o ambiente em que se rodeiam está preparadinho para vos fazer falhar. Portanto, não são vocês que não têm capacidade para mudar, o vosso ambiente é que não está a ajudar. Há que saber organizar o vosso meio circundante da melhor forma.
Outra grande causa do falhanço em estabelecer hábito está na falta de confiança em nós. Aliás, esta é a causa de grande parte dos nossos males, acreditem. Quantas vezes já deram por vocês a desistir quando as coisas ficam muito difíceis, porque lá no fundo, não acreditam que conseguem fazer aquilo a que se propuseram? As falhas passadas relembram-nos que a probabilidade é não conseguirmos de novo e esta crença impede-nos de confiar no processo e nas nossas próprias decisões. Para alterar a crença, há que agir de acordo. Pensar que vamos ser bem sucedidas seja de que forma for, que vamos fazer tudo o que é necessário e persistir. E, lá está, preparar o contexto de forma a que seja quase impossível falhar – já vamos ver como. E a vossa atitude e resultado vão re-definir a crença que têm na vossa auto-confiança.
Então, prepararem bem o vosso ambiente e acreditarem que o sucesso é a vossa única opção são dois passos base que vos vão levar a acertar mais e mais na instalação de melhores hábitos na vossa vida. E aqui está o que podem fazer, mais concretamente, nesse sentido:
- Comecem com o passo mais pequeno que possam dar. Se querem aumentar a confiança em vocês mesmas, têm que começar com algo que seja incrivelmente fácil de fazer e que, com certeza, não irão falhar. A maioria de nós quer logo tudo de uma vez e hoje, de preferência, acabando por falhar e sem surpresa. Por isso, há mesmo que começar muito muito pequeno. Se querem começar a correr, criem o hábito de calçar os ténis, sair pela porta e correr por 1 minuto. Ou 1 flexão, ou 1 agachamento. Ponham a barreira do sucesso o mais baixo que consigam, para começar.
- Façam um progresso gradual e lento. Começar assim de forma tão pequena pode parecer ridícula mas lembrem-se que estão a construir confiança em vocês mesmas e a criar o ambiente correto. Em seguida, aumentem a fasquia mas de forma muito gradual, e muito pequena e lenta também, que pareça mesmo fácil e exequível. Não se desafiem – eu sei que pode ser difícl de resistir – mas, antes, garantam que é certo. A cada passo no vosso caminho, o novo nível do hábito torna-se no vosso novo normal.
- Criem responsabilidade pública. Eventualmente, vão acabar por criar tanta auto-confiança que não precisam desta espécie de controlo de terceiros. Mas, no começo, criem o ambiente que vos ajude a estabelecer o hábito ao criar um sentido de responsabilidade, mais ou menos pública. Contem a alguém que estão a tentar alcançar algo e peçam-lhes que vos pressionem um pouco, podem até criar uma consequência negativa caso falhem. Lembrem-se que estão a progredir com passos tão pequenos que é impossível falhar. Podem até criar um blog para partilhar a vossa jornada e, assim, fazer uma espécie de relatório do vosso processo. Ajudem-se a não falhar e peçam ajuda nesse sentido.
- Comprometam-se a 100%. Não é pensar que querem fazer algo mas passado uma semana já se esqueceram. Isso só vai fazer com que confiem menos ainda em vocês. Definam o mindset de compromisso total, um voto pessoal inquebrável e façam tudo para não o quebrar.
- Registem o processo por escrito. O blog já pode servir para isso, senão, criem um diário da mudança de hábito. Escrever um diário ajuda sempre porque podem refletir sobre o que vão aprendendo, os obstáculos que surgem, o que podem melhorar, etc. Nem que seja uma frase por dia ou uma revisão semanal, escrever ajuda sempre.
- Quando se inicia um novo hábito, porque não faz parte da rotina, ele pode cair no esquecimento. Por isso, parte de criar o ambiente certo passa por colocar um lembrete no telemóvel, um post-it num local visível, uma nota na vossa agenda, algo que seja impossível de não notar.
- Não se permitam ter opção. Não se perguntem: apetece-me fazer este novo hábito? Se se fiam nos apetites, a resposta pode bem ser não, por isso, façam e pronto. Sem opção.
- Usem o mindfulness e reparem no vosso diálogo interno negativo. Se estiverem focados no momento e em perceber o que vos passa pela cabeça, apercebem-se dos truques que a vossa mente utiliza. Reparem quando a vontade de procrastinar ou de desisitir vem e percebam que é normal ter esses impulsos mas que não têm que os seguir. A vossa mente não lida bem com a mudança e está apenas a tentar livrar-se do desconforto.
- Arranjem companhia. É outra forma de criarem o ambiente favorável. Ir fazer uma caminhada torna-se mais agradável com uma amiga com que vão falando e com quem até partilhem a mesma mudança de hábito. Se não têm nenhum amigo que vos acompanhe, procurem grupos online, por exemplo, ou até a ajuda e acompanhamento de um Life Coach.
- Saboreiem o novo hábito. Não encarem como uma tarefa que tem que ser feita ou uma obrigação chata, porque, senão, vão entender como algo opcional de que podem desistir. Em vez disso, vejam o novo hábito como um miminho a vocês próprias, um tempo só para vocês, uma forma de aliviar o stress, de praticar o foco no momento e de cuidarem de vocês. Sorriam, respirem e saboreiem cada segundo em que realizam o hábito e talvez ganhem a vontade autónoma de o repetirem amanhã. 😉
Já tentaram alguma destas técnicas? Já mudaram hábitos de forma bem sucedida e têm alguma dica adicional? 🙂 Inspirem-se e inspirem!

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