Li o 4 Horas por Semana, o best seller de Tim Ferriss, já há uns bons aninhos, uns 6 ou 7 provavelmente. Na altura estaria no meu último trabalho assalariado antes de me lançar a mudar de vida e como já estava em processo de querer saber o que queria fazer dela, o mote de viver mais e trabalhar menos do livro pareceu-me bastante apelativo, até porque este cenário de trabalhar 40 horas semanais, mais na maioria dos casos, por obrigação apenas, nunca me fez nem continua a fazer sentido. Hoje em dia, não alcancei o objetivo de trabalhar apenas 4 horas por semana, porque nem era essa a minha meta e porque consigo tirar imenso prazer de tudo o que faço sem sentir que é o tal trabalho por obrigação de ter um rendimento. E esse prazer não precisa de se contabilizar por horas.
Mas o livro de Tim Ferriss não se dirige somente a quem quer enveredar por um caminho de trabalho por conta própria. As dicas de produtividade com menos esforço aplicam-se também a quem não tem assim tanta autonomia. O autor, que julgo viver a vida dele a comprovar o título da sua obra, passou mais de cinco anos a aprender os segredos dos ‘novos ricos’, que já não tinham a mentalidade de trabalhar que nem um escravo para poupar e reformar-se e tornaram-se, antes, mestres na utilização das novas moedas – tempo e mobilidade – para criar estilos de vida mais proveitosos ou mesmo luxuosos, aqui e agora, e não só na velhice longínqua. Para Ferriss não há necessidade de esperar e adiar a boa vida que podemos viver já. Seja essa boa vida ter mais liberdade, viver de forma mais calma e trabalhando efetivamente menos, viajar pelo mundo ou ter rendimentos bem chorudos. A ideia é utilizar da melhor forma, a mais produtiva, o tempo que temos agora e em vez de seguirmos por um caminho socialmente definido, não esquecermos de procurar saber e fazer aquilo de que realmente gostamos. A ideia é re-definir a organização da vida tal como ela nos é vendida para ganharmos tempo e satisfação pessoal – dos nossos valores mais preciosos.
E é neste sentido que 4 Horas por Semana nos guia, com dicas e truques para gerirmos melhor o nosso tempo, percebermos o que é essencial e eliminarmos o que é supérfluo, colocarmos o nosso rendimento em piloto automático, se for esse o desejo. Tudo com exemplos bem práticos, se bem que dentro de uma postura e cultura norte-americana que nem sempre é aplicável à nossa realidade, mas vale a pena a leitura, sem dúvida, principalmente se o status quo não vos chega e gostariam de viver uma vida mais alinhada com os vossos valores essenciais. 😉
Boas leituras!
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