Hoje trago-vos outra hipótese de solução face à nossa tendência para, quase perpetuamente, adiarmos aquilo que temos que fazer ou queremos, mas que tememos como o diabo da cruz.
Muitas vezes, não nos apetece fazer algo. É difícil, é moroso, é chato, vai demorar para vermos resultados, o que for, e simplesmente não nos apetece. É bem mais agradável e fácil passear pelo facebook ou pelos milhentos canais de tv. Esta falta de ‘apetite’ tem custos – não alcançamos aquilo a que nos propusemos ou desejamos, tão somente isto.
Mas queremos atingir aquilo que queremos, por isso, temos que dar a volta a esta situação. A solução pode passar, então, por, e agora vou citar a avó de uma cliente cuja pérola de frase me ficou na memória porque é tão simples mas tão acertada ao mesmo tempo: é a gente não se opor a fazer as coisas! Assim mesmo. Eu sei que agente é da polícia, mas é mesmo desta forma que a solução tem mais poder. Nós somos sempre quem está no nosso caminho a impedir-nos de fazer e conquistar o que desejamos e nem tudo o que pensamos ou sentimos tem que ser ‘levado a sério’. Porque sentir que não nos apetece não nos está a ajudar. Se estamos à espera de estar no mood certo para fazer qualquer coisa, de nos apetecer, de termos vontade de levantar cedo ou de fazer exercício, então boa sorte, vamos esperar o resto da vida. Ninguém nos está a impedir de sair da cama ou de calçar os ténis, por isso, às vezes temos mesmo que ignorar estes nossos sentimentos e ímpetos com origem no medo e, simplesmente, não nos opormos a fazer as coisas. E nós sabemos bem quando estamos a evitar algo porque realmente não é por ali que queremos ir ou porque temos é um medo terrível de falhar.
Portanto, é mesmo necessário termos vontade de fazer algo para começarmos a fazê-lo? Seria o ideal e a equação perfeita num mundo que é lindo e harmonioso, mas a realidade não é bem assim. A vontade, o comprometimento, tem que existir, claro, mas com o resultado, o objetivo. Queremos lançar o nosso projeto por conta própria, queremos poupar dinheiro e ter um roupeiro mais livre, queremos ser mais saudáveis, mas não tem que nos apetecer de paixão, necessariamente, fazer aquilo que é necessário para que estas coisas se tornem reais. Porque, sejamos francos, o caminho é longo e a vontade permanente é escassa. Um grande escritor não escreve apenas quando a inspiração bate à porta. Ele escreve todos os dias, um determinado número de horas, tenha chegado a inspiração ou não. Como qualquer grande artista ou pessoa de sucesso em qualquer área. É do género: que está, está, quem não está, estivesse, e isso inclui vontade, apetites, inspiração. Trata-se de aparecer e trabalhar. Calçar os ténis e sair para a rua, mesmo que o sofá pareça que sussurra o nosso nome. Deixar o cartão em casa e alterar o passeio habitual pelas lojas do coração a ver as novidades. É, lá está, é a gente não se opor a fazer as coisas.
Porque o problema não é não saber como lá chegar nem conseguir estabelecer um plano sólido do nosso objetivo, na maior parte das vezes. O problema é estarmos à espera que nos apeteça e que a ação surja naturalmente por inspiração divina. Nada nos está a impedir, não tem que nos apetecer e muito menos devemos nos opor ao que nos propusemos. Olhem para os vossos planos e decisões e coloquem-nos em prática, agora, já. Comecem pequeno e, não tarda, criam-se hábitos e rotinas que são totalmente à prova de escassez de apetites. 😉

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