Saldos. É palavra para provocar borboletas na barriga de alegria e excitação a umas como de terror e claustrofobia a outras. Porque há que ter em atenção as compras que fazemos nos saldos, e em qualquer altura, para não estourar o orçamento ou encher o armário ainda mais de peças que não vamos usar e que só dificultam a hora de vestir, aqui vão algumas dicas para fazerem compras (ou não) nos saldos, de forma mais eficiente:

• Não vão aos saldos. No fundo, as minhas dicas poderiam acabar aqui. A menos que precisem mesmo mesmo de alguma peça fundamental – um casaco de inverno porque o atual está a desfazer-se   – ou que pensem que venham a precisar daqui a uma estação, não vale a pena aproveitar os saldos para comprar só porque sim. Ou seja, na maioria das vezes e dos guarda-roupas por que tenho passado, ninguém precisa de mais roupa. Temos mais do que o suficiente. A sensação de ter muita roupa e nada para vestir vem da falta de conhecimento em tornar as peças que temos mais versáteis e de conjugá-las de mil maneiras diferentes com as outras peças que temos. Por isso, se têm calças até ao resto da vida, o casaco de inverno é do ano passado e dura bem mais uns anos, de blusas também estão abastecidas que sempre vão comprado uma pecita aqui e ali ao longo do ano, e sapatos também já nem têm é espaço para arrumar, então pensem: ‘Preciso mesmo de comprar mais alguma coisa nos saldos?’ Vão ver que a resposta pode bem ser não;

• Aparte a dica desmoralizadora de qualquer boa consumista que adora os saldos, se têm que atacá-los e até nem gostam da confusão, que tal apostarem nas compras online? As marcas comuns já têm todas vendas online e assim têm também acesso a marcas internacionais que não têm espaço físico cá e podem escolher com toda a calma (os tamanhos podem esgotar mas isso também acontece nas lojas em si) e podem ir apanhando descontos ao longo de todo o ano também;

• Qualidade é sempre melhor que quantidade, principalmente nas peças de exterior e de maior uso. Por isso, se estão a precisar de um bom casaco de inverno ou de umas botas todo-o-terreno e querem peças que durem e que aparentem também que duram, aproveitem os saldos para procurar esse tipo de peças mais caras mas que valem a pena. Para quê pagar o preço por inteiro quando podem obtê-las com um bom desconto?

• Básicos – tops, calças de ganga e outras, malhas, acessórios, etc. Aquelas peças que usamos mais e que servem de elo de ligação de um guarda-roupa e que também se vão gastando mais com o uso e as lavagens – peças com aspeto coçado e desbotado não dão boa imagem e devem ser postas de parte – são boas compras a investir nesta altura;

• Afastem-se das peças muito tendência e que têm a noção de que na próxima estação não se vão usar. Não quer dizer que não possam aderir a alguma tendência com que se identifiquem muito e, como a moda é cíclica, mais tarde poderá usar-se novamente, mas não precisam de mais do que uma peça em camuflado, com tachas ou com brilhos, certo?

• Peças especiais – aquela saia que andam a namorar há semanas; vão ter um casamento ou uma festa em breve e precisam de um vestido para a ocasião ou aquela mala daquela marca mais cara de que não conseguem desviar o olho – é nos saldos que podem cometer essa extravagância mais em conta;

• Nas lojas, não tenham medo de revolver os montes de roupa. O aspeto de feira desta altura não torna o processo muito apelativo para muita gente mas saber procurar bem nos montes e nos charriots apinhados pode render bons achados – lembrem-se de que muitas não têm paciência para fazer isto;

• Ir no início dos saldos ou no fim? Depende. No início apanham mais tamanhos e se querem apanhar aquela peça que já experimentaram e da qual têm a certeza, então é melhor irem no início dos saldos para garantirem o tamanho. Mas quanto mais tempo passa mais os preços vão descendo e melhores negócios vão surgindo;

• Façam uma lista do que vão procurar. Revistem primeiro o guarda-roupa, aproveitem esta altura para fazer uma limpeza e triagem do que já não serve ou faz sentido, analisem novas formas de usar as peças que têm e façam, a partir daí, a vossa lista de peças em falta. Procurem-nas online tanto para comprar desta forma como antes de atacar as lojas para ter já uma noção prévia do que há e de onde procurar. Com a lista vão com um propósito mais vincado e há menos probabilidade de se distraírem com outras coisas de que não precisam;

• Não comprem por impulso. Apesar de muitas pessoas irem ao mesmo nesta altura e de haver o risco de a peça esgotar, experimentem e se não ficarem plenamente convencidas, deixem a peça lá e vão para casa pensar. Ou comprem para garantir mas não tirem as etiquetas e deixem passar uns dias, voltem a experimentar e reflitam (respondam a estas 7 perguntas úteis em shopping) se realmente é aquilo que querem e se vão usar de mais do que 3 formas, se é algo a usarem diariamente e a fazer valer o investimento. Se chegarem à conclusão de que não, devolvam dentro do prazo da loja. É melhor do que acrescentar mais uma peça com etiqueta ao armário e que nunca vão usar.