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As mulheres, no geral, têm uma relação algo complicada com o seu corpo. É uma luta constante e que pode, para muitas, começar na adolescência e acabar… nunca! Seja por cultura ou por tendências negativas da mente, a verdade é que o foco naquilo de que não gostamos no nosso corpo está sempre altamente apurado. E apesar de acharmos que temos controlo sobre muita coisa, o nosso próprio corpo é um elemento que nos escapa da trela, muitas vezes, por mais que nos esforcemos. E fartamo-nos de tentar, seja com a nova dieta ou exercício da moda e com os clássicos objetivos de ano novo de perder 20kg e ficar uma brasa para o verão, que este ano é que é. E acontece, mais do que gostaríamos, apesar dos nossos esforços todos, o nosso corpo ganhar vida própria e aumentar uns quilinhos. Ou uns quilos valentes, mesmo. E grande parte das vezes por razões que não podemos mesmo controlar, como doenças, gravidez ou outras situações mais ou menos complicadas da vida.
Muitas das minhas clientes de consultoria de imagem chegam até mim com esta questão – ganharam peso, muitas vezes muito peso porque eram mesmo muito magrinhas, e vêem-se na situação de não reconhecer mais o corpo com que sempre viveram e muito menos saber vesti-lo e sentirem-se confortáveis e bonitas. Infelizmente todas nós acabamos por associar a nossa identidade à forma como parecemos, o que é normal, mas não é tão positivo quando achamos que só certa imagem corporal nos define ou nos atribui valor. A imagem é importante para comunicar quem somos e ser usada a nosso favor, mas não pode ser o único elemento nem o mais importante a definir-nos. No entanto, obviamente que passar a ver uma imagem bastante diferente no espelho, perceber que já não cabemos nas roupas de sempre, afecta muito a forma como nos sentimos e vemos. A não aceitação dessa mudança ou a luta feroz contra o novo corpo acaba por piorar a situação, porque acabamos por nos isolar, esconder e cair no clássico ‘só compro roupa quando emagrecer x quilos’.
Eu própria ganhei uns amigos 10 quilos em cima do lombo durante os anos que passaram e, pode não ser imenso, mas há algumas peças de roupa que passaram a ficar aquele justinho pouco aconselhável se queremos parecer senhoras de respeito. Os sustos da balança e aquela raiva típica do ‘raios parta se não emagreço!’ só me deu mais fome (stress adicionado é receita ideal para aumentar o apetite a quem tem essa tendência) e não deu em nada, por isso, aproveitei os recentes saldos e reforçei um pouco o guarda-roupa. Problema solucionado. Continuo a querer, eventualmente, perder o peso em excesso mas já percebi, até porque digo isto muitas vezes, que a aceitação é o primeiro passo obrigatório. Não podemos colocar a vida em pausa até atingirmos um determinado peso ideal ou voltarmos ao que éramos. E se este for o meu novo corpo para sempre? É uma possiblidade e a verdade é que tenho e quero continuar a viver bem, sem desconfortos e sem limitações. Daí que aprendermos a gostar da nossa nova imagem e saber tirar partido dela é fundamental. Qualquer tipo e forma de corpo é possível de ficar linda – é mesmo isso que eu proporciono e ensino a quem me procura – por isso, temos que vestir o corpo que temos no momento, tratá-lo da melhor forma possivel, agora, exatamente com está e é. Para quem passou por uma grande mudança corporal, a solução passa por aprender a conhecer a nova casa que habita. Eventualmente aceitá-la e saber como cuidá-la. Toda essa atenção generosa e não crítica nem de raiva vai ter, sem dúvida, efeitos benéficos na forma como se sentem. E poderá ter também efeitos na forma efectiva do vosso corpo, mas se não for esse o único objetivo final, o stress é menor e estarão a aprender viver o melhor possível agora. Não apenas num futuro hipotético e apressado. Há que ter paciência e efetivamente re-estabelecer uma relação com o nosso novo corpo e connosco.
Como podem, então, vestir o vosso corpo em mudança, que ainda não reconhecem ou aceitam? Aqui seguem algumas dicas:
- Identificar o vosso biótipo. A nossa silhueta é o formato do nosso corpo e esse mantém-se independemente do peso ganho ou perdido. Conhecer o nosso corpo e o tipo de peças e silhuetas que mais o favorecem e que realçam os nossos pontos fortes faz toda a diferença na forma como parecemos e nos sentimos. Se há 20 kg havia peças que nos assentavam que nem uma luva, hoje em dia, esse mesmo género pode realçar curvas que, não sendo erradas nem um dever de ser escondidas, podem não ser o nosso melhor atributo nem ficar espetacularmente bem naquelas peças específicas. Mas há sempre cortes e tecidos que fazem maravilhas pelo nosso tipo de corpo e caraterísticas específicas. Podem, por exemplo, ficar a conhecer tudo sobre o vosso biótipo no módulo de Silhuetas do curso Style Yourself. 😉
- Aderirem e porem realmente em prática um maior Body Love. Não se focarem no que não gostam nem fazerem comparações com corpos alheios ou com o que tinham no passado, é um passo. Há mais para verem aqui. Mas basicamente, apreciem o vosso corpo pelo que ele é, neste momento, agora. Eu sei que pode parecer difícil às vezes sair do hábito de visão no negativo, mas o vosso corpo é lindo e maravilhoso assim mesmo, em qualquer tamanho.
- Ganharem uma maior cultura visual no que ao tipos de corpo e de beleza diz respeito. Somos, desde sempre, tão bombardeadas com imagens de magreza e perfeição, nas revistas e televisão, associada ao ideal do que é um corpo bonito e aceitável que, claramente, se o nosso não corresponder ao modelo nos iremos sentir deslocadas e erradas. Mas, felizmente, atualmente há uma maior apetência pela diversidade e pela realidade, pelo que não faltam bloggers e modelos consideradas plus size que nos mostram que corpos maiores também são bonitos e que é possível estar bem, vestir roupas bonitas, assumir as curvas, mas acima de tudo, estar confortável e confiante num corpo que desafia as noções perfeitas e padronizadas de beleza. Vejam aqui algumas referências a seguir.
- Porem-se à prova e experimentar. Passeiem pelas lojas e testem os modelos que favorecem o vosso tipo de corpo, arrisquem, vejam o que funciona e o que não funciona. Sem medo. Entrem mesmo no provador e façam experiências, conheçam o vosso corpo na prática. Como eu sei que espelhos e luzes não particularmente favoráveis de cabines de provador podem ser assustadoras, apliquem o passo número 2 neste momento. Body Love, ladies!
- Não se descurem nem deixem de cuidar de vocês, por não se reconhecerem, não aceitarem o novo tamanho e acharem que não vale a pena. Tratem da pele, façam uma rotina simples de maquilhagem diária, permitam-se ao mimo de uma boa manicure e uma caprichada regular no cabeleireiro, apostem em acessórios e em encontrar o vosso estilo, nem que seja nos pequenos pormenores. Estes ‘pequenos’ cuidados fazem a diferença e mostram, a vocês e aos outros, o cuidado e apreço que têm por vocês mesmas. E se realmente a mensagem que têm a transmitir não é a melhor, neste momento, é justamente por isso que devem aplicar-se nestes cuidados diários, porque fake ‘till you make it, e mudando a forma como se apresentam surgirá a mudança também na forma como se sentem. É uma pescadinha de rabo na boca, porque logo que essa confiança começa a aumentar, também a vontade de se cuidarem cresce e não tarda estão a sentir-se em casa no vosso novo corpo. Seja em que tamanho for.
Adorei este artigo. Obrigada Anita! Body love!!!
Obrigada eu Paula! 😀 ***
Adorei, menina! Adorei! Isto tudo!!
Thanks Magda! 😀 😀 beijinho grande
Ohhh Anita, acho que vamos ter de nos encontrar no Skype ;)! Acho que estou numa fase destas e a precisar de um empurrão para deixar de me sentir estagnada!
Posso enviar-te mail ou msg no fb?
Beijinhos
Claro que sim! 🙂 Envia para mail@look-a-day.com ou pelo facebook, como preferires! 😉 ***
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