No seguimento do post das 12 perguntas a responder quando se faz triagem ao guarda-roupa, chegam as 7 perguntas que se devem colocar quando vão às compras. A sério, shopping com perguntas é outra coisa, nem vão querer mais fazer compras de forma pouco indagada.
Depois de apostarem naquela razia, à conta de perguntas também, ao vosso armário, e ficarem apenas com o que vos é essencial, relevante e adequado, devem chegar, em princípio, a uma lista de potenciais peças em falta. Quem tem um closet recheado é bem provável que não tenha nada em falta, mas uma pecinha ou outra, pode rematar o vosso guarda-roupa na perfeição. Ou então, há quem precise mesmo de construir quase um closet de raiz e aí há que partir para o shopping com fulgor e determinação, mesmo quem odeia a atividade.
Neste caso, e no oposto, em que é muito fácil, demasiado, comprar e trazer tudo e mais alguma coisa para casa, aqui vos trago umas 7 perguntitas que vão orientar o processo de compras e possibilitar um resultado mais satisfatório e económico:
- Eu preciso realmente disto? Primeira questão e daquelas básicas. Será? Quantas vezes já fizeram festins de compras e trouxeram convosco os items mais ridiculamente inúteis ou que depois acabam por nem usar. Pois. Por isso, eu sei que pode ser tãaaaaaao giro, super fofo, a vossa cara, as razões mais aparentemente válidas que tenham, mas vamos lá analisar a compra racionalmente – precisam mesmo de mais um par de jeans de modelo igual aos 20 que já têm no armário? Necessitam mesmo de 3 camisolas iguais de cores diferentes apenas porque o modelo vos assenta que é uma maravilha? É imperativo trazerem aquele vestido maravilhoso de lantejoulas que seria ótimo para usar num festão daqueles, tendo em conta que nunca vão a festas que estar em casa é que é bom? É conferenciar com o cérebro um pouco (sim, ele deve ser levado convosco às compras) e tentarem ser realistas e o mais honestas convosco possível.
- Já tenho parecido? O exemplo das 3 camisolas iguais e das jeans sempre iguais que insistem em comprar mais um parzito sempre que o apanham… não vale a pena o gasto, a sério! O guarda-roupa não deve ser imenso que não vos ajuda nada a decidir o que vestir e ao construírem o vosso armário, mais ou menos cápsula, deve ser privilegiada a variedade, mesmo que com poucos items. Porque mesmo tendo um roupeiro cheio, se for de peças sempre do mesmo modelo e género, o que têm são items únicos repetidos muitas vezes e daí vem a sensação de andarem sempre vestidas da mesma maneira. Portanto, se já têm parecido, deixem para lá.
- Consigo conjugar com, pelo menos, 3 peças que já tenha em casa? Muita gente tem muita dificuldade em fazer este exercício mentalmente na altura de comprar alguma coisa – vocês conseguem olhar para a peça e imaginar as conjugações possíveis com peças que tenham em casa? Se nem por sombras, a tendência será a de, por exemplo, comprar conjuntos na loja e depois acabar por usar aquelas peças só daquela maneira. Mas é fundamental que comprem coisas que se insiram perfeitamente no vosso guarda-roupa, logo, tentem sempre garantir que é possível conjugar com mais 3 peças que tenham (no geral, dá sempre com bem mais). Se for algo básico, é mais fácil, senão, podem sempre fotografar as peças que têm e ter um álbum guardado no vosso telemóvel a que podem aceder durante as compras para se lembrarem do que têm e tentarem criar os conjuntos, pelo menos, assim, de forma visualmente mais segura.
- Vejo-me a usar frequentemente? Qual o custo por uso? (preço da peça/número de vezes que poderei usar) Alguma vez pensam nisto? Esta é uma das grandes razões por que é inútil e um desperdício ter muita roupa no armário porque, se usarmos toda, na rotatividade e tendo em conta que só temos um corpo e só há 365 dias no ano, acabaremos por usar poucas vezes cada peça, logo, o custo por uso ficará muito elevado e não compensa, na maior parte das vezes, o investimento que se fez. E, na generalidade dos casos, esse custo por uso é ainda mais exorbitante porque acabamos por nem usar as peças, de todo! Temos sempre a tendência para usar o mesmo, quer tenhamos um guarda-roupa cheio ou menos, porque somos orientadas para as peças que mais gostamos ou que já são mais habituais ou até que estão mais à mão, por isso, há muita coisa que fica intocável no armário. Daí que na altura de comprar seja útil, mais uma vez, sermos realistas e pensarmos na quantidade de vezes que nos imaginamos a usar a peça – é para o dia-a-dia? Para uma ocasião especial e será difícil de adaptar para o dia-a-dia? Têm muitas mais ocasiões especiais em que possam usá-la? A frequência de uso dá-vos a ideia do real investimento e podem avaliar se vos compensa.
- Tenho espaço de arrumação para ela? Se têm muito hábito de comprar frequentemente e não retirar nada do closet com a mesma frequência, o que acontece é acumularem roupa, muita. Portanto, precisam e têm espaço? Senão, que peça podem retirar do vosso guarda-roupa para dar lugar à nova? Substituições são altamente recomendadas!
- Adoro de paixão? Vou continuar a adorar num futuro breve? Gente, amor assolapado é assim o sentimento mínimo a ter por algo que compram! Ser um ‘meh’ ou do mal o menos, ou o que há, não é razão válida para se comprar seja que pecita for. Está difícil de encontrar o que realmente querem, procuram e gostam? Não desistem e continuem a insistir, a experimentar, até vos dar palpitações fortes ou aquela certeza de que é mesmo aquilo e de que vão usar. Em caso de dúvida, é não.
- Como quero que o meu guarda-roupa se pareça em 5 meses, 1 ano, 5 anos? Ter um sentido a médio-longo prazo também dá jeito. Nós estamos sempre em mudança, assim como as nossas vida e as exigências estílisticas e de dress code, mas tentem ter uma visão de como querem que o vosso estilo seja agora e no futuro e analisem se a peça se insere na visão a longo prazo do vosso guarda-roupa. Que tipo de carreira querem perseguir (devemos sempre vestirmos para o cargo que queremos, não para o que temos), mudanças geográficas, familiares (se estão a pensar engravidar, por exemplo), etc, são tudo alterações que afetam o guarda-roupa e devem tê-las em conta para evitar gastos e acumulações desnecessárias.

Repito: apliquem este auto-questionamento nas investidas às compras, respondendo com a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade, e vão ver a qualidade e adequação das peças que adquirem em shopping a aumentar substancialmente, assim como a satisfação com o vosso estilo e imagem pessoal! 🙂 Se a tarefa parecer muito difícil, chamem-me para irmos às compras juntas, que as perguntas feitas com a minha voz de rouxinol até vão parecer música para os vossos ouvidos! 😉
Excelente post! Mesmo! Fizeste-nos o mapa para a compra ser muito mais consistente e rentável. Gostei especialte da questão do planeamento para curto (5meses), medio (1 ano), e longo prazo (5 anos) que só tinha pensado isso para a vida, nunca para o guarda roupa! Só adicionava também a regra do QueMePrePoDe: Quero? Mereço? Preciso? Posso? Devo?, que pode ser aplicada para qualquer compra como para o guarda roupa é claro . De ressaltar que estas dicas são boas nas teoria , na prática muito mais dificeis, e aí aí que a tua ajuda é fundamental! 🙂 Obrigada e continua a brindar nos com estes postsão maravilhosos que que reflectem a fantástica qualidade do teu trabalho!
Olá Cristina, muito obrigada! 🙂 E agradeço a adenda, também ajuda, sim! 😉 As perguntas são justamente para ajudar a prática mas claro que decidir não é assim tão fácil como isso quando há emoções à mistura nas compras.
E mais uma vez obrigada pelas simpáticas palavras e por acompanhares! 🙂 ***