Se sentem que têm o armário a abarrotar e, mesmo assim, imensa dificuldade em escolher o que vestir todas as manhãs é porque têm demasiadas coisas. Exato, mais não é mesmo mais, é só mais confuso. E, nesse sentido, a ideia do Armário Cápsula – um guarda-roupa mais contido em tamanho mas super versátil e super a vossa cara – mesmo até para o ano inteiro, pode ser bem apelativa e a solução para os vossos problemas.
Para dar conta, então, do monstro que é o vosso guarda-roupa, há que atacar com uma triagem ou detox ao armário, cujos 5 passos, de que falei aqui, são o percurso a seguir. O primeiro passo é mesmo começando por analisar peça a peça e tomar decisões acerca de cada uma e da sua permanência, ou não, no novo closet à vossa medida. E para tomarem decisões têm que se questionar para chegar às respostas. Esta é uma das componente de Coaching aplicadas à Consultoria de Imagem e quando vou a vossa casa ajudar-vos a domar o guarda-roupa, levo comigo muita pergunta para vos fazer e ajudar no processo de decidir o que fica e o que é despejado, sem aviso prévio.
E porque sou muito amiguinha, se quiserem domar o vosso monstro por vossa conta e risco, aqui vos deixo as 12 perguntas a responder quando se faz a triagem ao guarda-roupa:
- Esta peça serve-me? Favorece o meu corpo? Conhecendo a vossa silhueta, a resposta a esta primeira pergunta facilita-se imenso. Mas avaliem se o tamanho é o vosso correto, se não fica demasiado apertada ou larga, comprida, etc.
- Sinto-me bem e confiante quando a visto? A roupa pode fazer-nos sentir poderosas e super mega confiantes – é esse o poder todo que ela tem. Esta peça tem esse efeito? Sinto-me a Monica Belluci, no mínimo?
- Tenho uma peça semelhante que serve o mesmo propósito? Pronto, muuuuita gente faz o clássico comprar várias peças do mesmo modelo que acharam espetacular em cores diferentes ou, basicamente, têm uma zona de conforto e vão sempre ao mesmo nas lojas e acabam por ter 10 ou mais skinny jeans que só variam na lavagem ou num rasgãozinho aqui ou ali. Pronto, é tudo a mesma coisa, porque o resultado visual final não difere muito, logo, será que precisam mesmo dessas 20 calças pretas? A resposta é… vocês sabem! 😉
- Gosto mesmo dela, de paixão? Mas tipo, mesmo mesmo mesmo de paixão! Se a resposta for um ‘meh’, que nem vos aquece nem arrefece, passavam bem sem ela e nem se lembraria se desaparecesse, ora aí têm a vossa decisão. Muitas vezes há muitas peças no armário que foram oferecidas ou doadas e vocês, que não gostam de magoar os sentimentos das pessoas, acabam por aceitar mesmo sabendo logo que nem gostam assim tanto daquilo. Se não faz o coração pulular, não vale a pena!
- Está estragada ou gasta ou precisa de alteração para assentar na perfeição? Meninas, a presença do amigo borboto, aquele buraquinho maroto, a cor já meia ou totalmente ruça, é sinal de que já não podem ir à rua com ela. Nop. Nem mesmo para ir ao pão ou passear o cão, lamento. Nem para andar em casa – eu sei que já estavam a pensar nisso, mas não, vocês merecem coisas mais giras para andar por casa. Mas há peças que apenas podem precisar de bainhas subidas ou de serem apertadas, por exemplo, para ficarem no ponto – identifiquem-nas.
- Tem arranjo e estou disposta a fazer a alteração? Nos casos das peças que precisam de um determinado arranjo, vocês sabem fazê-lo? Têm aquela mãe ou avó com o talento para a costura a quem podem pedir o favor? Conhecem uma boa costureira e estão dispostas a investir no arranjo? É que mesmo podendo ser resolvida, a pessoa pode não ter facilidade ou estar para isso e vocês podem ser essa pessoa.
- Tenho usado nos últimos 6 ou 12 meses? É que se isso não aconteceu é porque não vos fez falta nem se lembraram que existia – o que indica…isso mesmo, pode ir dar aquela real volta ao bilhar grande!
- É provável que a vá vestir de novo? Não usam a peça há imenso tempo porque ela estava lá no fundo do armário e, basicamente, estava perdida. Mas agora que veio à luz do dia e vocês foram re-apresentadas – estão a pensar voltar a vestir? Ainda faz sentido? Se ela ficou perdida, talvez por alguma razão tenha sido.
- É atual ou identifico-me com ela e faz parte do meu estilo? Muitas peças são intemporais, outras têm um carimbo de datadas que por muita imaginação que se tenha, fica difícil de conseguir inserir num conjunto. Ou então, até pode ser a última moda mas realmente chegamos à conclusão de que não tem nada que ver connosco, não é a nossa cara, não se adapta à pessoa que somos no momento nem ao que queremos transmitir. Basicamente, não fazemos ideia de onde tínhamos a cabeça quando comprámos aquilo! É normal, acontece. Mas se sentem que já não vos representa, façam uma despedida bonita, honrem a relação boa que tiveram em tempos, mas vão cada uma à vossa vida.
- Estou apegada emocionalmente à peça ou só não a ponho de lado porque não quero desperdiçar dinheiro? O apego é das grandes razões que tornam fácil a acumulação e difícil o detox do armário – é esse o vosso caso, têm dificuldade em desapegar? Têm uma ligação emocional com a peça? É sempre possível guardarem uma peça ou outra que vos traz boas memórias ou que está ligada a um momento forte da vossa vida, mesmo que não vão vestir, sem problema. Desde que não seja tooooodo um armário, vá, eu deixo! 😉 Por outro lado, o valor elevado que se deu por algo pode ser outro grande entrave a conseguir desapegar, mas as perguntas seguintes ajudam neste caso.
- Se fosse agora às compras, era algo que traria comigo para casa? Neste exato momento, numa loja, deparavam-se com esta peça – era algo que vos seria apelativo e pelo qual o vosso olho brilhava? Esta questão costuma ser muito útil e decidir a dúvida.
- Voltaria a pagar o mesmo valor por ela? Lá está, a peça foi cara, bastante, mas não têm usado – no dia de hoje, conseguiriam pagar o mesmo, acham que vale isso? Se não lhe atribuem o mesmo valor, eu sei que custa sentir que se perde o investimento, mas não o estão a aproveitar na mesma estando a peça parada no armário. Poderá dar sempre para vender e recuperar algum do custo, pelo menos.
Apliquem este auto-questionamento ao vosso guarda-roupa, respondendo com a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade, e vão ver a triagem a ser muito mais fácil de ser feita e o vosso armário a reduzir de tamanho mas a crescer em facilidade logística diária e satisfação com o vosso estilo e imagem pessoal! 🙂 Se a tarefa parecer muito difícil, chamem-me aí a casa que as perguntas feitas com a minha voz de rouxinol até vão parecer música para os vossos ouvidos! 😉
0 Comments