A primeiríssima das minhas lições que aprendi com 30 anos de vida e 5 anos de blog/negócio foi, sem dúvida, de que feito é melhor que perfeito! O que é que isto significa? Que aprendi, acerca de mim mesma, principalmente quando comecei o meu projeto, que tenho uma grande tendência para o perfeccionismo e para ter padrões de pensamento que buscam que tudo esteja arrumadinho e certo para me fazer sentido avançar ou fazer algo. Não gosto nada de falhar, como qualquer pessoa, e há sempre aquele desejo de ter qualquer tipo de confirmação cósmica de que tudo vai dar certo antes de agir para me dar uma maior sensação de segurança. Não seria lindo e maravilhoso sabermos antecipadamente que as nossas ideias vão ser super bem sucedidas ou enormes falhanços antes de nos pormos à prova?! Não evitava as massivas doses de ansiedade? Quem organizou isto da Vida não pensou bem nestas questões porque desta forma perfeita é que fazia sentido e tornava tudo muito mais fácil! 🙂
Mas pronto, depois de me queixar que o sistema não estava bem montado, cedo percebi que o processo não ia ficar diferente só para me facilitar a vida – as condições ideais, seja isso o que for, não iriam nunca acontecer da forma perfeita que eu imaginava para só então ter permissão para fazer alguma coisa. E é isto que retrai a maior parte das pessoas de realmente avançar com aquele projeto próprio que tanto querem pôr cá para fora e que tem tudo que ver com elas e certamente as fará mais felizes e talvez se possa até tornar o seu principal ganha-pão. Apesar do desejo forte, o primeiro passo vai ficando cada vez mais longe porque agora não é boa altura, porque precisam de ter um site todo XPTO, porque é imprescindível ter um espaço, porque como posso avançar sem cartões de visita? Tudo isto são desculpas para não nos pormos a jeito de falhar. Só que quando fazemos isto, também nos pomos a jeito de não sermos bem sucedidas. E o tempo vai passando, cada minuto que corre é um minuto em que não estão a viver os vossos sonhos.
Quando avançam, a experiência vai-vos ensinando muita coisa que seria impossível saberem ou preverem à partida e também vos vai indicando os próximos passos a dar. Quando percebia e percebo que estou a adiar projetos à espera de uma qualquer conjuntura ideal, o que tento logo pensar é na dor de nunca fazer, no arrependimento de não ter tentado. Focar-me num futuro que não é assim tão longíquo e ver-me a olhar para trás e ver que não fiz tudo o que podia para realizar aquilo de que gosto e construir a vida que me faz feliz. E acreditem que essa possibilidade dói muito mais do que qualquer embaraço e mossa do ego de falhar redondamente. Até porque erros não existem, são apenas feedback. Do que não funcionou e do que podemos melhorar. Eu sei que este facto não resolve tudo para quem odeia falhar (comprovadamente, não) mas retira bastante peso e é mesmo muito importante encarar o risco como experiência e conhecimento inestimáveis que ganhamos. E claro que temos também que pensar positivo – há sempre a forte possibilidade de correr tudo bem e a satisfação de arriscar e dar certo, essa não tem preço. Mesmo em condições longe de serem perfeitas.
A perfeição aperfeiçoa-se, com o tempo, com a ação, com a experiência. Não deixem que o medo de falhar vos trave. Usem a possibilidade do arrependimento futuro de nunca terem tentado para vos impulsionar a agir. Lembrem-se: feito é melhor que perfeito, agora, já!
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